Jornal do Brasil 8 de junho de 2017 12:24
O julgamento sobre a prisão do senador tucano afastado Aécio Neves foi marcado para a próxima terça-feira (13) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello. O julgamento será feito pela 1ª turma da Corte.
O colegiado decidirá sobre o pedido feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, negado no último dia 17 de maio pelo ministro relator da Lava-Jato no STF, Edson Fachin. Diante da negativa, Janot recorreu da decisão de Fachin.
Janot apresentou no último dia 22 recurso para o plenário do STF para defender a prisão preventiva de Aécio Neves. Anteriormente, o ministro Edson Fachin havia rejeitado individualmente o pedido de prisão e aceitado apenas o afastamento do parlamentare do mandato. As acusações estão baseadas nas informações prestadas no acordo de delação premiada dos executivos da empresa JBS.
STF julgará pedido de prisão de Aécio Neves na próxima terça
No recurso, Janot afirma que a prisão de Aécio é “imprescindível para a garantia da ordem pública e da instrução criminal”. O procurador justifica que há no inquérito aberto pelo Supremo escutas telefônicas e outras provas que demonstram que ele para obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
“Em virtude dos gravíssimos fatos expostos, o procurador-geral da República requer a reconsideração parcial, que indeferiu o pedido de prisão preventiva decorrente do flagrante por crime inafiançável”, argumenta Janot.
Em depoimento de delação premiada homologado pelo STF, o empresário Joesley Batista disse que pagou este ano R$ 2 milhões em propina a Aécio Neves, a fim de que ele atuasse em favor da aprovação da Lei de Abuso de Autoridade e anistia ao caixa 2 em campanhas eleitorais. Nos depoimentos de delação, os donos da JBS afirmam que Rocha Loures recebeu R$ 500 mil para interceder em assuntos de interesse do grupo.
O dinheiro teria sido entregue a um primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, que foi preso quinta-feira (18). A entrega foi registrada em vídeo pela PF, que rastreou o caminho do dinheiro e descobriu que o montante foi depositado na conta de uma empresa do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).
A defesa de Aécio informou em nota que, com relação ao pedido da PGR, aguarda ser intimada para apresentar seus argumentos, "oportunidade em que demonstrará a impropriedade e descabimento do pedido ministerial". Os advogados reiteraram ainda que amanhã entrarão com um agravo contra a decisão de Fachin que, dentro outras medidas, afastou o senador do cargo.
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